sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Sozinha

Pensava que despertar era descobrir o amor.

Descobri que afinal apenas podemos acordar ao sentir a dor.

Percorro sozinha esta estrada vazia

Com os olhos abertos, sem certezas do que sentia.

Sinto o ardor das lágrimas nos meus olhos sem vida

Lágrima por derramar com o excesso de dor sentida

E no fim, tudo isto porquê?

Será mesmo que o coração não sente o que não se vê?

Ora aí está algo que me tentaram fazer acreditar

Mas a verdade é que aquilo que não vi acabou por me matar

Arrancado pelas costas foi arrancado o meu coração

Sem qualquer piedade, num acto de pura traição.

E as lágrimas por derramar assim ficaram

Em honra de todos os que em vão também choraram.

Talvez no meu destino não esteja escrito o amor

Talvez em minha vida não possa haver mais que este ardor

Este fogo que me queima por dentro

Este fogo que me desiquilibra, me faz perder o centro

Continuo não por vontade mas por necessidade de prosseguir

Mesmo sem forças eu arrasto-me sem saber o que sentir

A mágoa da traição recém vivida preenche o meu ser

A mesma mágoa que me impede de continuar a viver

Limito-te a caminhar sem esperança no meu peito

O sangue mancha o meu corpo com o coração desfeito.

Se voltarei a sorrir não sei

Apenas defini o que será agora a minha lei!

Não mais amar e a ninguém me entregar.

É esta a única forma de ninguém mais me magoar

TM outubro/2007

1 comentário:

freshmigo disse...

Simplesmente maravilhosos, todos estes textos !!
És uma miúda excepcional "filhota" !!!
Joka grande !!!!!!!!