quinta-feira, 29 de maio de 2008

Chuva

Hoje acordei ao som da chuva. Que sensação maravilhosa. Fui despertando lentamente, sentido os sons à minha volta, tomando consciência de tudo o que me rodeava. Serenidade. Não deve haver som mais maravilhoso que o cair das gotas nas folhas das árvores, na terra sequiosa, nos chapéus das pessoas que se atarefam logo pela manhã, nos vidros das janelas. Abro os olhos e vejo na semi-obscuridade que apesar da chuva há luz. Não é um dia feio. É um dia perfeito, tal como foi o meu despertar. Perfeito. Sinto o teu braço à volta da minha cintura e sinto como me apertas mais junto a ti. A tua respiração é lenta e suave e acaricia-me o pescoço. “Acordei-te?” perguntas estremunhado. Deves ter-te deitado tarde, não te senti chegar à cama. “Não… Foi a chuva. Dorme” Entrelaço os dedos nas tuas mãos e deixo-me ficar mais cinco minutos na cama. Devia levantar-me já e fazer a minha rotina… Chove e devo apanhar trânsito mas estou tão bem junto a ti a ouvir a chuva cair… Perfeito. Mais cinco minutos e decido que tenho de me levantar. Desligo o despertador que nem chegou a tocar e tento levantar-me sem te incomodar. Quero que descanses e durmas bem. Mas tu voltas a estreitar o abraço, e puxas-me para ti outra vez. “Fica” A palavra apenas sussurrada e sinto vontade de ceder e ficar contigo na cama a ouvir a chuva. “Só mais cinco minutos” Ele sabe que não posso, eu sei que não posso. Viro-me para ele e beijo-o suavemente. Tem os lábios mornos e está quase adormecido. “Até logo” Nunca me custou tanto sair da cama. Uma manhã perfeita, com chuva e alguém especial ao meu lado. Perfeito. Mas sei que quando se tem alguém assim, não há um momento perfeito. São todos perfeitos, todos especiais, em todos há uma sintonia fora do normal. Connosco é assim, encaixamos um no outro sem esforço, estamos juntos porque queremos sem obrigação nem exigências. Perfeito. Tão perfeito como um dia de chuva com luz. Simplesmente perfeito. Saio de casa alegre, com uma alegria quase infantil, uma alegria que me aquece o coração.Finalmente a minha vida ganhou rumo. Finalmente sou feliz. Finalmente a chuva que me molha não me mata, apenas me confirma que estou viva. TM escrito a 27/05/2008 09h41

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