quinta-feira, 29 de maio de 2008

Banho inocente, experiência caliente

Tão estranho é o ser humano… Passei anos em que dormi só mas agora que partilho contigo a cama e a vida, parece que consigo apenas descansar quando te deitas junto a mim. Sei que trabalhas demais mas mesmo assim tens sempre tempo para mim. A verdade é que me mimas, mas gosto quando o fazes. Preocupas-te comigo, queres o melhor para mim. Dás-me o que homem nenhum alguma vez me deu… Mas também nunca conheci outro como tu. Hoje não despertei com a chuva… Despertei quando entraste no quarto. Reparo como entras sem acender as luzes para não me incomodares, despes-te em silêncio e deitas-te a meu lado. Abraças-me e beijas-me suavemente sempre com cuidado para não me perturbares. Tal como eu sei que trabalhas longas horas durante a noite, também tu sabes que acordo cedo de manhã. Passados poucos segundos a tua respiração está mais lenta e profunda. Adormeceste. Desligo o despertador, agora quem não te quer incomodar sou eu. Fico largos minutos a observar-te: observo os teus traços, o jeito do teu cabelo na almofada, a tua expressão inocente. Não acredito que te encontrei e que estás comigo. Observo as horas. Tenho de ir trabalhar. Queria estar aqui contigo e ver-te despertar mas não posso, hoje não. Levanto-me lentamente, pego na roupa e vou para a casa de banho. Penso fazer tudo lá para não te acordar. Abro a água quente que enche a divisão de vapor. Dispo o pijama e entro na banheira. A água quente relaxa-me os músculos. Fico sob o jacto de água alheia a tudo o que se passa à minha volta. De repente sinto umas mãos na minha cintura. Assusto-me com o toque, não o esperava, mas sinto depois a tua respiração no meu pescoço e relaxo outra vez. Viras-me para ti e vejo os teus olhos. Sorris. Beijas-me e transportas-me para aquele lugar onde apenas nós podemos ir, o nosso reino. Sorrimos como duas crianças. Exploramo-nos mutuamente. É algo novo. Não que tenhamos um relação monótona (longe disso!) mas é a primeira vez que me surpreendes no banho. Lavas o meu corpo com mãos mestras e eu lavo o teu. Inconscientemente evitamos os locais que sabemos que nos levaram mais rapidamente ao êxtase. Tentamos dar o máximo, apesar de o tempo ser pouco. E por muito estranho que possa parecer, a verdade é que me sinto melhor que se tivesse sido um ataque óbvio aos nossos sentidos. Beijas-me outra vez e novamente fico com a sensação que encaixamos perfeitamente. Sabes o que eu gosto sem mo teres de perguntar e eu sei o que queres sem que tu o digas. Mas como tudo também esta suave tortura tem de terminar. Não de forma explosiva (quase violenta) de outras vezes, mas de forma suave, em constantes ondas de prazer. Um suave gemido escapa da tua garganta e abraças-me com força. “Bom dia” dizes em tom de brincadeira. Terminamos o nosso banho e saímos da banheira. Ficas junto a mim enquanto me visto e me preparo e segues-me até à cozinha onde pego numa peça de fruta para ir trabalhar. Levas-me à porta, beijas-me, desejas-me um bom dia e ficas a ver-me partir. E eu fico o resto do dia com um sorriso nos lábios, porque tu me fazes feliz. E desde que estou contigo estou sempre feliz… TM escrito a 26/05/2008

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