segunda-feira, 19 de julho de 2010

A morte tem passos de seda...

A notícia a todos abala.

A vida roubada seria

E um corpo que antes rejubilava

Deita-se numa cama fria.

A esperança é a primeira a desaparecer.

O medo todos envolve,

Ouve-se o bater do relógio

O tempo parece que não se move…

A casa veste-se de luto.

Todos temem o desconhecido,

A Morte instala-se no escuro

Todos me relembram como tinha sido.

Morta mas ainda presa à vida

Sinto-me arrastada para vazio

Penso qual será o meu último suspiro

O futuro avizinha-se sombrio.

Apaguem as luzes todas da vida

Apaguem e não as voltem a acender

Cuidado que a morte tem passos de seda

E a qualquer momento pode aparecer

A minha alma foi enterrada viva

Não tenho mais forças para lutar

Sinto a viva roubada que me abandona

Sinto que em breve tudo irá acabar.

E uma lágrima solitária rola pelo meu rosto

E um suspiro sai do meu coração

Relembro o que vivi abandonada

E de repente recupero a razão

Não vou morrer porque me dizem

Porque tenho a vida à minha frente

O meu coração ainda bate

O meu corpo ainda sente…

Quero a vida que me roubaram!

Espanto a Morte para longe de mim!

A minha vida não será roubada!

Quero viver tudo até chegar o meu fim.

Mas espera!

Cabe-me a mim decidir?

Eu sei que quero viver…

Não chegou a hora de partir.

A casa que está vestida de luto

Um traje de vida pode usar

E as lágrimas de dor que choram

Podem de alegria agora rolar.

Os passos de seda desvanecem-se

A morte saiu daqui

O calor enche agora a casa

A sua presença não mais senti.

Ergo-me do meu leito enfermo

Aceito a segunda oportunidade.

Tenho agora o meu caminho decidido.

Viver buscando felicidade.

TM reaprendendo a viver sem ti.

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